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O Mundo como Caminho de Toth

No mundo esotérico a técnica de pathworking tem se tornado bastante conhecida e, particularmente, uso de seu potencial para agregar conhecimento e experiência mística em minha vida. Para aqueles que são completamente leigos no assunto, o pathworking é uma técnica de projeção em que o místico se visualiza interagindo com um determinado símbolo – seja entrando no símbolo ou o vivenciando – a fim de atrair para a consciência os seus aspectos mais profundos. Em Cabala, está se tornando comum a projeção para imagens que remetem ao simbolismo de cada Sephira ou Caminho, Qlipha ou Túnel, de acordo com a linha cabalista a que o místico se dedique.

Cabala, a Árvore da Vida e os arcanos do Tarô in www.tarotofthepomegranate.com

Alguns psicólogos transpessoais também denominam esta técnica como “Projeção para Símbolos Iniciáticos”, mas até aqui temos apenas uma questão de terminologia. O fato é que a técnica de pathworking pode ser utilizada tanto para imagens dinâmicas, como se o místico estivesse vivenciando o símbolo escolhido como numa cena, ou sucessão de acontecimentos, quanto para imagens estáticas, como as imagens das cartas de Tarot. Ambas as formas são muito proveitosas. Contudo, o resultado é o que mais importa.

Pois bem, há algo em torno de um século, MacGregor Mathers, fundador da Ordem da Aurora Dourada, foi o responsável por disseminar a visão do Tarot de acordo com o sistema cabalista de Eliphas Lévi. Neste sistema, cada carta seria na verdade a representação simbólica de um dos diversos caminhos que ligam as Sephiras cabalistas umas às outras, assim como as letras do alfabeto hebraico trazem em si a simbologia dos mesmos Caminhos.

Neste sentido, não me cabe responder a dúvidas sobre a origem do Tarot como um sistema cabalista, ou mesmo um sistema ainda mais antigo que a Cabala. Contudo, partilho da visão de Nei Naiff de que as analogias esotéricas podem ser traçadas de acordo com a intuição e a experiência mística do tarólogo, desde que o significado dos arcanos esteja em primeiro plano. E por experiência própria, posso dizer que sim, podemos adentrar no universo simbólico que constitui cada arcano e, desta forma, vivenciar o arquétipo por trás dos símbolos.

O Vigésimo Primeiro Caminho constitui o primeiro degrau do processo iniciático. É o plano em que todas as coisas tomam forma e deságuam na Sephira de Malkuth, o Reino, sede do mundo material. Da mesma forma, em sentido inverso – como uma estrada de dois sentidos – as coisas materiais se esvanecem em direção ao plano astral de Yesod. Neste Caminho encontram-se todos os elementos da personalidade, contudo, livres das limitações físicas.

As influências do Caminho XXI trazem – sob o aspecto material da vida – a capacidade de realizações (o Touro), conquistas (o Leão), liberdade (a Águia), e a materialização dos objetivos mundanos e materiais (o Anjo). No plano mental as realizações deste Caminho se referem a lucidez, prudência e inteligência (o Anjo), liberdade de pensamento (a Águia), capacidade de trabalhar com todas as forças para a sua evolução (o Leão), e uma vida longa na Terra (o Touro). No plano espiritual, alcança-se a paz e a felicidade interior (o Anjo), amor profundo e de entrega total (a Águia), a força para superar qualquer obstáculo (o Leão), e a capacidade de materializar seus objetivos de forma segura e protegida.

Os perigos de se entrar neste Caminho existem quando a personalidade não está equilibrada, ou quando não se tem autoconhecimento suficiente para discernir o fluxo de visões e ilusões que correm de Yesod para Malkuth. Estas ilusões costumam ser desconexas e fantásticas.

VISUALIZAÇÃO

O Mundo The Celtic Dragon Tarot by DJ Conway and Lisa Hunt.

Se você tem consciência de estar em um momento equilibrado da sua vida, e desejar entrar em contato com a realidade do XXI Caminho de Toth, comece por pedir a orientação dos seus guias, do seu Sagrado Anjo Guardião, e então, num ambiente tranquilo, procure visualizar-se a noite, em pé, diante de um monte. A sua frente, em meio a escuridão, você percebe um caminho levando até o alto daquele monte. Suba por este caminho, enquanto observa a paisagem cheia de ervas secas, acinzentadas, cheia de pedras pontudas e enormes, mas nenhuma delas impede o seu caminho.

Depois de alguns instantes de subida, você está no alto do monte, e um abismo está diante de você. Algo como um penhasco. Algo chama a sua atenção para o outro lado do penhasco. Bem longe, bem distante, uma figura indistinta está embaçada pela distância e pela escuridão. Mas então, aos seus pés você percebe uma ponte bem fina, quase uma tora de madeira ligando o lugar em que você está para o outro lado do penhasco. Suba nesta ponte. Sinta o vento da noite passando por você enquanto atravessa esta ponte improvisada. Sinta a altura em que você se encontra, e sinta sobretudo a necessidade de se equilibrar a fim de conseguir chegar ao outro lado do penhasco.

A medida em que você está andando sobre esta ponte, você percebe que a figura vai ficando cada vez mais nítida. Um halo de luz vai se formando do outro lado do penhasco, e dentro deste halo, uma figura feminina segura um pequeno cetro em sua mão esquerda, e uma coroa em sua mão direita. Esta figura está vestida apenas por uma echarpe, e o vento vai ondulando esta echarpe em movimentos graciosos, fazendo com que a figura feminina no centro do halo pareça estar dançando discretamente.

Três animais estão aos pés desta figura. Um Touro esquerda, um Leão ao centro, e uma Águia a direita. Sinta-se envolvido pela luz que emana deste halo, enquanto percebe a dança discreta da figura feminina em seu centro, e enquanto você percebe que, na verdade, já não existe ponte alguma, mas você está levitando de forma graciosa e segura em frente a este quadro.

Deixe-se envolver pela dança, pela luz, e pelo sorriso da jovem que se encontra ali, e fique em estado receptivo, prestando atenção a qualquer manifestação que possa ocorrer.

Depois deste período de receptividade, volte lentamente a consciência normal do dia-a-dia, e agradeça aos seus guias pelo contato estabelecido com a realidade do Caminho “O Mundo”.

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